Alexandre inicia a conquista do Império Aquemênida.
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Batalha de Grânico |
Ontem teve fim a batalha de Grânico, que se estendeu por todo o mês de maio. Alexandre, o grandioso e cheiroso imperador, partiu através da Trácia e do Helesponto para a Ásia. As estimativas do tamanho do exército variavam de 30 mil a 43 mil para a infantaria e de quatro mil a cinco mil para a cavalaria.
Suas atitudes foram rápidas e confiantes. Os persas posicionavam-se do outro lado do rio Grânico e nossos repórteres conseguiram um trecho exclusivo da discussão ocorrida entre Alexandre e seus comandantes após receber esta informação. Ptolomeu se opunha a um ataque frontal (presumivelmente proposto por Alexandre), porque o rio era profundo em alguns lugares e a outra margem era íngreme e alta, e porque, se algumas tropas tentassem passar pela planícies, seriam afogadas pela cavalaria inimiga. Propôs acampar onde estavam e decidir no dia seguinte como fazer a travessia. O comentário de Alexandre em resposta incluiu a observação: "Será uma vergonha se, após cruzar o Helesponto facilmente, este pequeno regato impedir-nos de seguir adiante". Emitiu então suas ordens detalhadas. Elas precisavam englobar o desenvolvimento da ação e fornecer táticas.
A batalha de Grânico
Alexandre formou sua linha para um ataque frontal como segue. A esquerda, comandadas por Parmênio, as unidades eram, da esquerda para a direita, a cavalaria grega (1.800 tessalianos e 600 de outros estados), um esquadrão da cavalaria trácia (150) e três brigadas de falangistas (4.500). À direita, sob o comando de Alexandre, as unidades, a partir da direita, eram os agriães (500), os arqueiros (500), os cavaleiros acompanhantes (1.800), um esquadrão da cavalaria peônia (150), os Lanceiros (600), os hipaspistas (3.000) e três brigadas de falangistas (4.500).
Os comandantes persas permaneceram na posição que adotaram inicialmente e que havia sido relatada a Alexandre. Se os soldados de infantaria macedônicos estivessem armados, como os mercenários gregos, com lanças de sete pés, não teriam tido qualquer chance de abrir caminho lutando na subida da margem. Felizmente suas armas eram piques de 12 pés, que podiam atingir um cavalo ou seu cavaleiro de baixo para cima de maneira mortal.
Alexandre, com plumas brancas em seu elmo, era uma figura bem visível à frente da Guarda real de Cavalaria. Os comandantes persas moveram-se para enfrentá-lo com seus melhores cavaleiros. Por ordem de Alexandre, as trombetas soaram e o exército desceu ao amplo e pedregoso leito do rio.
Na feroz luta corpo-a-corpo, Alexandre e sua companhia levaram a melhor graças à sua incrível força, experiência e lanças de corniso contra dardos. A lança de Alexandre quebrara, e também a de seu cavalariço. Mas Demarato deu-lhe a própria lança. Alexandre e os que estavam com ele encontravam-se no alto da margem, mas não em formação, quando uma cunha da cavalaria inimiga, encabeçada por Mitrídates, começou a carregar. Alexandre disparou para a frente, atingiu-o no rosto e o derrubou, e logo em seguida Resaces atacou Alexandre e esmagou parte de seu elmo com a cimitarra. Quando Alexandre atingiu Resaces no peito com sua lança, Espitrídates erguia sua cimitarra para matar Alexandre, mas seu braço direito foi arrancado por Clito. Os persas estavam agora perdendo terreno em toda a linha. Quando o centro dos persas abriu caminho, a cavalaria em ambas as alas desmanchou-se e fugiu precipitadamente.
A total derrota do inimigo deveu-se ao gênio militar de Alexandre. Sua percepção imediata da situação tática, sua coordenação de todas as armas no ataque coordenado e sua engenhosidade ao combinar o assalto inicial com a extensão da linha rio acima para a direita foram todas coisas brilhantes. Sua velocidade de deliberação e de ação não deixou aos comandantes persas nenhuma chance de reorganizar suas forças e o capacitou a derrotar a cavalaria e a infantaria separadamente.
Dois mil mercenários gregos traidores foram enviados à Macedônia para trabalhar acorrentados pelo resto da vida porque, mesmo sendo gregos, haviam lutado contra a Grécia em violação das decisões dos gregos". Os mercenários gregos que haviam caído em batalha e os oficiais persas receberam um enterro honrado.
As perdas da cavalaria persa foram avaliadas em mil homens, pois não houve perseguição. Dentre os macedônicos, os 25 mortos do esquadrão de Cavaleiros Acompanhantes que haviam encabeçado o assalto foram tratados como heróis. Alexandre encarregou Lísipo de fazer estátuas de bronze deles, que seriam erguidas em Dium, junto com as estátuas dos reis temênidas. Da outra cavalaria, haviam caído 60 e, da infantaria, cerca de 30. Todos foram enterrados com suas armas e equipamentos e a seus pais e seus filhos foi concedida a "remissão de impostos sobre terras e propriedades e sobre serviços pessoais". Os feridos foram visitados por Alexandre, que ouviu os relatos de suas aventuras e examinou os ferimentos.
Dedicatórias similares devem ter sido feitas em outros estados, pois Alexandre "desejava tomar os gregos parceiros na vitória", com justiça, já que a cavalaria grega vencera na ala esquerda e a frota grega preparara a invasão da Ásia. O grosso do espólio, principalmente vasos de beber e mantos de púrpura, foram enviados a Olímpia.